27 outubro, 2006
Tarde de sol, a luz entra pela janela de vidros oblíquos e uma cor antiga. Lâmpadas desnecessárias nessa parte da sala de ar refrigerado, sem brisa. Meus olhos se voltam para o calor dessa janela, eu queria olhar para fora, mas é forte demais para meus maus costumes, e fico dentro. Três homens velhos descem para tomar café, e deixar os pensamentos tomarem uma forma mais elaborada do que o possível quando se está ocupado. Eu fui beber água. Volto e fico pensando se fotografias substituem análises mais elaboradas dos pensamentos. Hoje vi homens que amestram hienas e andam pela Nigéria como atrações populares - eu vi as fotos, e crianças sentando no dorso dos animais. Mais que isso, vi os trejeitos deles, a vaidade física de um dos amestradores e o olhar melancólico de outro. Vi as pessoas, quase veria histórias se tivesse essa criatividade. Acho que fotos permitem opiniões, e eu acho interessante isso. Às vezes penso se fotos substituem minhas afirmações, se elas respondem por mim, e assim tenho tempo para perguntar mais, ou não estou dando tempo...
Estação de trem, anoiteceu, cheia de gente na direção pra longe, eu quase sozinho na direção de volta. Ainda pensava nela e revolvi fotos do meu celular. Nelas, voltei ao parque, ao passeio, ao lado dela, vi lembranças de outros sorrisos. Não precisava imaginar histórias, já lembrava as sensações. Recuperava o tempo... em fotos. :]
Rad... @ 14:18
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